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Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Alvarinho: de Monção e Melgaço para Lisboa

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O "Alvarinho Wine Fest" volta a concentrar as atenções na capital portuguesa. Cerca de trinta produtores de Monção e Melgaço apresentam, este fim de semana (3, 4 e 5 de junho), no Pátio da Galé, Terreiro do Paço, a tipicidade, modernidade e versatilidade do alvarinho numa estratégia conjunta de promoção de um vinho com «enorme potencial e garantia de qualidade», salienta a Câmara de Monção, em comunicado.

 

Subordinado à temática “A origem do Alvarinho”, o evento conta com cerca de 30 produtores de vinho Alvarinho dos dois concelhos e vários produtos típicos da região, estando previstas provas comentadas, sessões de showcooking, workshops, harmonizações e momentos de animação.

 

A abertura das portas está marcada para as 17h00.

 

A entrada é gratuita mediante a compra de copo de prova no valor de 3 euros.

Ovar: bicicletas em madeira com toque de modernidade

Na rua Zagalo do Santos, em Ovar, João Baptista dá vida a um conceito que alia tradição e modernidade. Das suas mãos nascem autênticas preciosidades de duas rodas, feitas em madeira, com selo clássico, e onde cada pormenor conta. A empresa, Mud Cycles, dedica-se à construção de bicicletas, «com formas e estética únicas, e executadas numa combinação de peças recuperadas com outras manufaturadas de raiz».

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Texto: Ana Clara | Fotos: João Baptista

 

A aventura de lançar a Mud Cycles nasceu em 2011, na altura, um projeto virado para o restauro de mobiletes e bicicletas antigas. À medida que a empresa foi evoluindo, explica João Baptista, foi abandonando os restauros para se «dedicar exclusivamente à criação de produtos originais. Sempre achei o processo criativo bastante mais motivador do que o simples restauro de objetos antigos»», diz. 

 

A construção de bicicletas de madeira foi uma aposta que surgiu em 2013. E explica por que decidiu encetar este negócio: «sempre adorei trabalhar em madeira e achei um desafio muito interessante aliar isso à minha paixão pelas duas rodas». João refere que inicialmente «foi um processo complicado» já que «era difícil as pessoas entenderem o que eu tinha idealizado mas, logo após a criação dos primeiros protótipos, a reação do público foi incrivelmente positiva». 

 

Os critérios na construção de qualquer produto da Mud Cycles passam sempre pelo «uso dos melhores materiais aliados a um design exclusivo e cuidado, ou seja, não descoramos em ponto algum a qualidade e o design do produto», esclarece. Outro fator-chave para o sucesso «é o conforto» e, deste modo, «todos os produtos são testados exaustivamente para garantir que tudo está perfeito para ser comercializado e garantir assim, a satisfação do público». 

 

«Em relação à matéria-prima, sempre que possível damos prioridade a produtores e empresas nacionais desde que nos garantam os padrões de qualidade por nós exigidos. Nem sempre é fácil conseguir tudo o que precisamos em Portugal mas esforçamo-nos ao máximo para que isso aconteça», afirma João Baptista. 

 

O modelo de madeira Mud Wood é um dos exemplos das peças que saem das mãos deste empreendedor. A abordagem que faz na conceção do produto «é a da criação de uma peça de design completamente funcional e resistente às mais duras condições climatéricas e de uso diário». 

 

«Um dos grandes problemas que vemos em muitas peças de design, é não serem funcionais nas aplicações do dia-a-dia. Com isto em mente, todo o desenho do produto está idealizado para ser usado no nosso quotidiano mas mantendo sempre o design exclusivo que já nos é reconhecido», sublinha. 

 

No que respeita às bicicletas clássicas da Mud Cycles, João combina peças restauradas com peças manufaturadas de raiz, sendo que «o objetivo não passa apenas por polir um objeto antigo, mas também por dar-lhe uma vida que nunca teve e ao mesmo tempo que respeitamos as suas linhas clássicas damos sempre o nosso toque pessoal, originando assim modelos únicos e originais». 

 

Quem queira comprar algum produto pode fazê-lo na oficina de João, em Ovar, e na loja Mercado 48, no Porto.

 

Saiba mais aqui.

Camilo: o homem, o génio e o tempo.

Em setembro de 2016, Ribeira de Pena recebe o I Congresso Internacional dedicado a Camilo: "o homem, o génio e o tempo".

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Camilo Castelo Branco é dos nossos maiores génios literários. Em Ribeira de Pena, a história da sua vida cruza-se para sempre com esta terra, onde casou com 16 anos, em agosto de 1841. É por isso que Ribeira de Pena não esquece a obra nem o escritor. Além das inúmeras iniciativas que promove sobre o escritor, o município lançou um Roteiro Cultural que envolve 7 locais (um no concelho de Cabeceiras de Basto e seis em Ribeira de Pena). Por terras transmontanas respira-se Camilo mais do que nunca. É por isso que em setembro deste ano irá ter lugar no auditório municipal, a 9, 10 e 11, o I Congresso Internacional "Camilo - o homem, o génio e o tempo". Camilo merece e os seus leitores também. Parabéns a Ribeira de Pena pela iniciativa.

Camilo: o homem, o génio e o tempo.

Em setembro de 2016, Ribeira de Pena recebe o I Congresso Internacional dedicado a Camilo: "o homem, o génio e o tempo".

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Camilo Castelo Branco é dos nossos maiores génios literários. Em Ribeira de Pena, a história da sua vida cruza-se para sempre com esta terra, onde casou com 16 anos, em agosto de 1841. É por isso que Ribeira de Pena não esquece a obra nem o escritor. Além das inúmeras iniciativas que promove sobre o escritor, o município lançou um Roteiro Cultural que envolve 7 locais (um no concelho de Cabeceiras de Basto e seis em Ribeira de Pena). Por terras transmontanas respira-se Camilo mais do que nunca. É por isso que em setembro deste ano irá ter lugar no auditório municipal, a 9, 10 e 11, o I Congresso Internacional "Camilo - o homem, o génio e o tempo". Camilo merece e os seus leitores também. Parabéns a Ribeira de Pena pela iniciativa.

“Algarve, quem és tu”?

Uma ideia pioneira e diferente de incutir nos mais novos a importância da cultura, turismo e lazer. Aconteceu hoje no Algarve.

 

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O livro infantil «Algarve, quem és tu?», destinado às crianças do 1.º ciclo do ensino básico, com sugestões de passeios, curiosidades e atividades divertidas para fazer em família em cada um dos concelhos da região, foi apresentado hoje, Dia da Criança, aos pequenos alunos do Algarve.

 

A apresentação decorreu no auditório do Instituto Português do Desporto e Juventude, em Faro, e revelou às crianças do 1.º ciclo alguns dos segredos mais famosos para conhecerem e brincarem no Algarve, tais como as praias, parques naturais, parques de diversões, castelos e outros monumentos numa visita guiada pelo Afonso e pela Catarina – os dois irmãos que são os heróis do livro infantil.

 

O evento contou ainda com uma dramatização das histórias do livro por dois atores de um grupo de teatro local que vestirão a pele do Afonso e da Catarina com a missão de espicaçar a curiosidade dos mais novos sobre o destino Algarve, levando-os a ler o livro e a visitar a região com a família, já com um exemplar da publicação debaixo do braço.

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A obra é uma edição da Região de Turismo, o texto foi escrito por Patrícia Oliveira, as ilustrações têm a assinatura de Inês Montalvão Prazeres e a divulgação tem o apoio da Direção de Serviços da Região Algarve da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares.

 

O livro poderá ser consultado nas bibliotecas escolares públicas e privadas do 1.º ciclo algarvias, bem como nas bibliotecas municipais e no Centro de Documentação e Informação da RTA.

 

Com uma tiragem de mil exemplares, a edição inicial de «Algarve, quem és tu?» está impressa em português, tem 40 páginas coloridas e capa de cartão duro com uma bolsa no verso da contracapa que inclui um folheto desdobrável com sugestões de eventos nos 16 concelhos algarvios.

 

Em breve haverá também versões do livro em espanhol e em inglês, que poderão ser adquiridas na rede de postos de turismo da RTA.

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Documentário - Sintra romântica e ao luar

É um documentário romântico. Não podia deixar de o ser ou não falássemos de Sintra, com a sua beleza e paisagens únicas. António Castelo, autor da longa-metragem «Sintra - O Monte da Lua», mostra-nos um lugar marcado pela vegetação exótica, a biodiversidade, o clima, o nevoeiro e uma arquitetura própria.

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Texto | Ana Clara

 

«Há apenas alguns locais mágicos na Terra. Estes montes e florestas são uns deles». Assim começa o documentário que revela a serra de Sintra como nunca antes foi vista, da autoria de António Castelo, da Aid (organização não-governamental na área do Ambiente) e realizado por João T. Vasconcelos.

Em «Sintra - O Monte da Lua» o público fica a conhecer a biodiversidade da serra, a sua beleza natural, mas também os seus misticismos e encantos, mitos e lendas, e onde o homem e a vida selvagem convivem há séculos.

A longa-metragem demorou um ano a ser filmada. E percebe-se porquê: muitas imagens foram captadas durante a noite. Foram filmados especialmente mamíferos, alguns só possível fotografar à noite e raramente observados.

O documentário, com a chancela da Aidnature, contou com o apoio da Parques Sintra, instituição cuja missão é a salvaguarda e a valorização da paisagem cultural da vila, no âmbito do seu projeto BIO+Sintra, que pretende reduzir a pegada de carbono, de forma a valorizar a biodiversidade daquele concelho.

Chocolate à prova em Montemor

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Um país faz-se de sabores e aromas. Portugal é, nesta matéria, ímpar. De norte a sul, não há mês onde as dezenas de eventos que exaltam a mesa nacional não se façam. Hoje destacamos o “Montemor com Chocolate”, evento que decorre de 4 a 12 de junho, em Montemor-o-Novo. Vários chefs irão promover a chocolataria do concelho alentejano com a partilha de conhecimento e aprendizagem e novas soluções num ambiente de tertúlia e convívio. 

Lisboa: a história de um museu contada sobre carris

Inaugurado em 1999 o Museu da Carris conta a história da Lisboa do transporte público desde o final do século XIX até aos dias de hoje. Desde 1872, ano em que a Carris foi fundada, que o percurso da empresa de transportes lisboeta acompanhou a evolução da capital. Embarcámos numa viagem de memórias com elétricos, ascensores, autocarros e metropolitano. Um espaço que não esquece o fulgor de outros tempos.

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Texto e Fotos | Ana Clara

 

A Rua 1.º de Maio, junto ao Calvário, é um bulício diário, fazendo jus à história que se conta no n.º101, onde o visitante pode contemplar um percurso com mais de cem anos, o da Carris e dos seus meios de transporte.

 

Franquear as portas do Museu da Carris, inaugurado a 12 de janeiro de 1999, é como entrar numa máquina do tempo, numa viagem retrospetiva ao encontro da cidade e da sua natural evolução e desenvolvimento.

 

O primeiro núcleo do museu aborda os primórdios da história da empresa. Fá-lo através de um vasto acervo de fotografias, uniformes, títulos de transporte, equipamentos de oficina, documentos e réplicas de «Americanos», elétricos e autocarros. Isto não esquecendo fotos dos históricos ascensores do Lavra, Glória e Bica, elevador de Santa Justa, mas também da eletrificação da rede de transportes. Uma mostra que inclui peças ligadas às obras de modernização da rede, planeada no final do século XIX e levada a cabo nos primeiros anos do século XX.

Uma aventura que começou a 18 de setembro de 1872 quando, no Rio de Janeiro, era fundada pelos irmãos Luciano e Francisco Maria Cordeiro Sousa (naturais de Mirandela) a Carris. Uma empresa que pretendia, à época, implantar na capital portuguesa um sistema de transporte do tipo americano, ou seja carruagens movidas a tração animal deslocando-se sobre carris.

 

Volvido um ano (novembro de 1873) seria inaugurada a primeira linha de «Americanos», num troço que se estendia entre Santa Apolónia e a zona de Santos.

 

O serviço dos famosos elétricos chegaria já no início do século XX (agosto de 1901). Entretanto, a rede de autocarros seria inaugurada muitos anos depois, em abril de 1944.

 

Do final do século XIX à atualidade, o visitante fica a conhecer a evolução de uma empresa, seja através dos transportes, seja nos uniformes dos funcionários, instrumentos de trabalho da época, mapas das redes de elétricos e autocarros.

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Fruto da recente fusão da Carris com o Metropolitano de Lisboa, o museu dedica uma sala ao metro, num período que medeia entre a instalação dos primeiros troços, em 1959, até à atualidade.

                                                           

Daqui seguimos para a segunda parte da visita, feita num velhinho carro elétrico (que faz parte da coleção do museu) que conduz o visitante até às oficinas. Nestas, encontram-se antigas viaturas da Carris, como os famosos «Americanos», os elétricos e alguns exemplares de autocarros que atravessaram todo o século XX.

 

A média anual de visitantes do museu ronda os 11 mil. 

 

Questionado sobre a reação dos visitantes, Miguel Sousa realça que «tem sido muito boa, principalmente desde a reabertura em Dezembro de 2013, quando o Núcleo I e II sofreram algumas alterações tanto a nível de infraestruturas com a nível museológico».

 

«O público nacional gosta de recordar os autocarros e as viagens feitas neles, os estrangeiros adoram fazer o trajecto de elétrico e conhecer a história deste ícone da cidade», adianta.

 

Por fim, o responsável salienta que «é muito importante para a Carris ter um museu não só para preservar e conservar o seu valioso acervo, mas também divulgar o papel da empresa como parte integrante e imprescindível no desenvolvimento da cidade de Lisboa».

 

E conclui, afirmando que «a cidade de Lisboa tem uma longa história e só no museu é que podemos fazer esta emocionante viagem no tempo, contando histórias do quotidiano de um povo que ficam retidas na memória da cidade e dos veículos da Carris que a percorrem».

 

 

Sabugueiro: nos vales da Estrela a aldeia da transumância resiste ancorada no turismo

É a 1080 metros de altitude, encravada nas entranhas da Serra da Estrela, que encontramos o Sabugueiro, um verdadeiro postal ilustrado pintado por paisagens únicas, entre quedas de água e a sua ímpar vegetação serrana. Aqui, a transumância foi, durante séculos, o sustento das famílias. Hoje, é o turismo que dá cartas, numa aldeia que continua a manter-se fiel à identidade que a caracteriza.

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 Texto | Ana Clara

 

«A aldeia mais alta e internada na Serra, o Sabugueiro era habitado por pastores transumantes e camponeses, que em duas ou três semanas semeavam, lavravam, ceifavam e malhavam o grão semeado no ano anterior, abandonando depois os campos elevados aos rebanhos e à solidão».

 

A frase é de Orlando Ribeiro no seu “Portugal Mediterrâneo e Atlântico” e retrata exemplarmente a aldeia dos rebanhos e pastores, como é conhecida.

 

A terra onde se «nasce debaixo das ovelhas», como por aqui se diz, desenvolveu-se nas margens do rio Alva, em local abrigado nos vales da Estrela, a 1080 metros de altitude, e onde hoje habitam quase 500 pessoas (dados dos Censos 2011).

 

Reza a história que a freguesia, que hoje vive do turismo e do comércio, surgiu a partir de um aglomerado de cabanas de pastores que aproveitavam os pastos para as suas ovelhas e cabras. Mas as notícias deste local remontam a 1226, no reinado de D. Afonso III, com a mesma paisagem que ainda hoje mantém: ruas estreitas e sinuosas com as casas construídas em granito. À sua volta domina uma paisagem plena de recursos naturais, entre quedas de água e vegetação serrana única.

 

Hoje é o turismo que dá cartas por estas paragens, sendo a aldeia preferida de passagem e paragem de muitos que visitam e que percorrem a Serra da Estrela, nomeadamente, em direção à Torre. Mas no passado o retrato era bem diferente.

 

«Agora são mais turistas os que nos visitam, antigamente estávamos mais sozinhos», atira Maria Silva, 82 anos, residente no Sabugueiro que segue, de passo apressado, para a «reza das sete», já a noite vai caindo.

 

A história do Sabugueiro conta-se pelas palavras de João, funcionário de uma unidade hoteleira da aldeia, que nos acompanha na visita.

 

No espaço museológico está instalado o forno comunitário, utilizado durante décadas na freguesia para cozer o pão, sustento que alimentava as famílias durante semanas. Um espaço ainda hoje utilizado por algumas mulheres da aldeia que aqui mantêm viva a tradição.

 

Numa sala ao lado é possível ficar a conhecer a história da aldeia e da transumância, da qual a localidade viveu no passado, bem como a rota seguida pelo gado no inverno.

 

Documentos que datam de 1599 a 1844 referem-se aos gados transumantes da Serra da Estrela para o Alentejo e deste para a Estrela onde se juntavam a gados vindos de Espanha. Estes movimentos faziam-se também para o Douro e para campos de Coimbra.

 

As camionetas iam carregadas de feno, bardos, panelas ferradas, redes, capas e pouco mais indispensável. A pé, os pastores orientavam os rebanhos. Partiam do Sabugueiro em princípios de novembro, para de igual forma, regressar em abril. Em meados de junho, subiam para os pastos verdes do alto da Estrela. Regressavam em meados de setembro.

 

No Sabugueiro viveu-se também (e muito) da cultura do centeio. À custa de muito esforço homens e mulheres de trabalho transformaram «terras de pedra em terras de pão». 

 

Só a partir de 1950, o burro e o arado ajudaram às tarefas de cultura do centeio, tendo-se verificado então uma grande expansão deste cereal. Em 1943 registou-se uma produção de 62 mil litros. Em 1962 a produção subiu a 250 mil litros. Outras atividades vão ocupando os sabugueirenses e a produção de centeio tem vindo a descer ano após ano, sobretudo depois da década de 1980 do século XX, segundo os Censos 2011.

 

Com os produtos locais, à venda em algumas lojas da aldeia, o turismo vai-se alimentando. Desde o queijo da serra da Estrela, aos enchidos, mel, pão de centeio, e passando pelo artesanato (mantas, tapetes de lã de ovelha) e pelos afáveis cães da serra, a aldeia vai respirando no meio de paisagens que ajudam o turismo.

 

A aldeia do Sabugueiro integra a Associação de Desenvolvimento da Rede de Aldeias de Montanha, uma rede de desenvolvimento local (criada em abril de 2013) e que integra outras oito aldeias: Vide, Teixeira, Alvoco da Serra, Cabeça, Loriga, Sazes da beira, Valezim e Lapa dos Dinheiros.

Rota Omíada une património de sete países do Mediterrâneo incluindo Portugal

Sete países ligados ao Mediterrâneo e a sua herança dos omíadas na região resultou há três anos na criação de uma rota conjunta em torno do tema para contar a história deste império comum. O Algarve representa Portugal neste projecto transfronteiriço. Este é um projeto pouco divulgado em Portugal e é, por isso, que Portugal à Lupa, o dá a conhecer. Representa não só a nossa história como as nossas marcas identitárias.

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«Umayyad» ou «Rota Omíada» é como se denomina o percurso turístico que une sete países do Mediterrâneo em torno do antigo legado árabe.

A rota internacional que passa por Itália, Tunísia, Egito, Jordânia, Líbano, Espanha (Andaluzia) e Portugal (Algarve) oferece aos turistas percursos que incluem inúmeros lugares patrimoniais e naturais: mesquitas, palácios, fachadas de edifícios, pormenores arquitetónicos, que ajudarão a explicar quem foram os omíadas, através da pegada patrimonial por eles deixada. Na região algarvia, onde o califado omíada esteve estabelecido de 711 a 1031 d.C., a rota abrange 11 municípios, num total de 36 localidades.

Entre o conjunto de 15 bens inventariados no Algarve estão, por exemplo, os jogos de tabuleiro omíadas, expostos no núcleo de arqueologia do castelo de Alcoutim, o castelo velho desse município e um pano de muralha no castelo de Silves. O projeto arrancou em 2013.

A Rota Omíada é liderada pela fundação «El Legado Andalusí» e financiada pelo programa European Neighborhood and Partnership Instrument (ENPI), no âmbito da Cross-Border Cooperation in the Mediterranean, da União Europeia.

O Califado Omíada foi o segundo dos quatro principais califados islâmicos estabelecidos após a morte de Maomé. Um legado da dinastia árabe muito presente na região do Algarve, região integrada no Califado Omíada de Damasco a partir de 713 d.C., data que marca a chegada ao território de vagas de povoadores islâmicos, essencialmente, originários do Norte de África.

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