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Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Beira Interior: churra do Campo luta pela sobrevivência

Na Beira Baixa luta-se pela sobrevivência da Churra do Campo e tenta-se evitar a extinção da raça autóctone, cada vez mais ameaçada. Carlos Andrade, secretário técnico do Livro Genealógico da Churra do Campo, analisa o panorama atual da espécie e considera que esta «é essencial para a sustentabilidade do território».

 

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A raça ovina Churra do Campo foi dada «como extinta em 2004», começa por explicar Carlos Andrade, também docente da Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), acrescentando que actualmente é classificada como «raça rara, particularmente ameaçada».

  

O professor da ESA e também secretário técnico do Livro Genealógico da Churra do Campo, informa que em 2014 estão identificadas 360 fêmeas inscritas no Livro Genealógico, abrangendo a área geográfica dos concelhos de Penamacor e Castelo Branco.

 

Mas por que se chegou ao ponto crítico quanto à reprodução? À pergunta o especialista salienta que «a dimensão de exploração na Beira Baixa e no Alentejo, por exemplo, faz com que os animais tenham de percorrer determinado espaço para se alimentarem e são raças adaptadas a específicas condições de exploração».

 

Todavia, adianta, que, «à medida que vai havendo exigências de mercado em termos de qualidade, os custos de mão-de-obra também aumentaram, e tentaram rentabilizar com raças mais produtivas».

 

«Esqueceram-se é que essas raças não têm as mesmas condições para percorrerem a mesma área no terreno, são mais exigentes em termos alimentares e o facto de produzirem mais, a diferença de rendimento não é a diferença em termos de litros de leite», esclarece Carlos Andrade.

 

O professor universitário espera que o efetivo atualmente existente na região triplique até 2020, adiantando que neste momento os animais «que a Câmara de Penamacor tinha, passaram para as mãos do Instituto Pina Ferraz», situado nesta vila beirã.

 

«Esta entidade tem cerca de quatro mil hectares e pode, de facto, aumentar o efetivo consideravelmente nos próximos anos, contribuindo para a sustentabilidade do território e para o seu desenvolvimento, tão importante para a região», sublinha.

 

Carlos Andrade lembra que foram vários os esforços feitos na última década em prol da Churra do Campo, nomeadamente a iniciativa do projeto transfronteiriço INTERREG III – Rotas da Transumância, entre 2002 e 2008, onde participaram várias autarquias locais (Fundão, Penamacor, Idanha-a-Nova e outras espanholas) e a ESA.

 

A juntar a isso a Câmara de Penamacor promoveu, em 2006, outra iniciativa que promovia a conservação da raça, e que contou com a ESA de Castelo Branco, em que tivemos como missão aumentar o efetivo», recorda.

 

E acrescenta: «ao adquirirmos esses animais, com o PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural (2008-2010), foi implementado o Livro Genealógico, e, desde então, com a colaboração com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, temos avançado aos poucos».

 

Leite reconstituído

 

Para o secretário técnico do Livro Genealógico da Churra do Campo, as causas que estão na origem desta situação devem-se «à ocupação do espaço rural. Isto é a mesma coisa que os fogos florestais, que levam à desertificação e parte do território desaparece, com perda de rendimento e com um afastamento de pessoas».

 

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Sem raças autóctones, avisa, «não há produtos locais, nem desenvolvimento» sendo que «o queijo é o maior exemplo que posso dar».

 

«Temos queijo, em grande parte, com leite reconstituído. É um leite feito em grande quantidade e não por pequenas produções como eram os queijeiros tradicionais. Davam uma característica específica ao produto. Mas hoje, é vê-los nas grandes superfícies comerciais, sempre com o mesmo padrão. E isso tem que ver com a qualidade do leite e a alimentação dos animais», salienta.

 

Recorde-se que o IPCB editou em abril de 2013 três publicações técnicas sobre as três raças autóctones da Beira Baixa: a raça caprina Charnequeira e as raças ovina Merino e a Churra do Campo.

 

Trabalhos da autoria de Carlos Andrade que pretendem promover a «preservação do património genético das três espécies ruminantes com solar de origem da Beira Baixa».

Cataplana algarvia renasce para a gastronomia regional

Promover e colocar à mesa dos portugueses a Cataplana Algarvia é um dos grandes objetivos da Tertúlia Algarvia, uma associação local, sedeada em Faro, e que assumiu a missão divulgar a gastronomia, história e tradições da região. O projeto, que ganhou força em 2014, conta já com vários vídeos, um livro e a realização de experiências culinária em torno da Cataplana.

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Fotos | Ana Clara 

  

Foi em 2005, à mesa do pequeno-almoço num hotel de Faro, que nasceu a ideia de avançar com este projeto e que uniu um grupo de amigos que partilhava um sonho comum: criar espaços de promoção da cultura do Algarve.

 

Um ano depois lançaram a Associação Tertúlia Algarvia, sedeada na Vila-Adentro, no centro histórico de Faro. Aqui, além de refeições tradicionais da região, a Tertúlia Algarvia proporciona aos visitantes demonstrações e oficinas de cozinha, ateliers de artesanato, exposições, entre outras experiências.

 

Um dos projetos da Associação, e que ganhou fôlego, passa por relançar a Cataplana Algarvia, um utensílio que se destina à confeção de alimentos e que é composto por duas partes côncavas que se fecham, unidas por uma dobradiça.

 

«Criar um programa de conteúdos e experiências que contribua para a valorização e aumento da notoriedade da Cataplana Algarvia e da gastronomia regional» é o mote, defende Sandra Godinho, da Associação.

 

Para a responsável, a Cataplana Algarvia assume-se como «um elemento de valorização da promoção turística do território, pela sua ligação à identidade histórico-cultural e às atividades económicas tradicionais (pesca e agricultura) do Algarve».

 

Apesar de ser desconhecerem as suas origens, a verdade é que «ao que se sabe a Cataplana foi trazida pelos árabes» sendo que este instrumento, adianta, tem sido, ao longo dos tempos, «utilizado por pescadores e caçadores nómadas que andavam com uma cataplana pequena pendurada». «É um utensílio icónico da gastronomia tradicional algarvia», insiste Sandra.

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Contudo, realça que «a maior parte das pessoas, mesmo os locais, desconhece as características da cataplana e não a utilizam» tendo o utensílio «pouca notoriedade».

 

Para os que desconhecem esta iguaria do Sul, Sandra Godinho relembra que se trata de um «prato aromático», cozido a vapor e que «tem a particularidade de reter os aromas e o sabor dos alimentos». São normalmente utilizados na sua confeção inúmeros produtos como amêijoas, tamboril, lingueirão, chouriço, mexilhão, corvina, camarão, berbigão, pimentos, tomates, alho e coentros, entre muitos outros, já que «a liberdade de personificar a receita original fica sempre ao critério de cada um». 

 

O projecto Cataplana Algarvia é promovido pela Associação Tertúlia Algarvia em parceria com a Região de Turismo do Algarve e a Associação Turismo do Algarve.

Rio 2016: produtos portugueses nos Jogos Olímpicos

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O Portugal Sou Eu, através da sua parceria com o Comité Olímpico de Portugal está a caminho dos Jogos Olímpicos Rio 2016 a bordo do Navio-Escola Sagres, com mais de 1 tonelada de produtos alimentares com selo ‪‎Portugal Sou Eu. O ponto alto desta parceria acontece a 20 de junho, na Base Naval de Lisboa, no Alfeite, com o abastecimento do Navio Escola Sagres com mais de uma tonelada de produtos com o Selo “Portugal Sou Eu”. Recorde-se que estão qualificados com o Selo “Portugal Sou Eu” mais de 3.800 produtos que, no seu conjunto, representam um volume de negócios agregado superior a 3,1 mil milhões de euros. A grande maioria dos produtos tem patentes e/ou marcas registadas e 67% integra o setor da alimentação e bebidas.