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Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Loulé: Odete Rocha, a artesã da empreita de palma

É em Loulé, na loja do projeto TASA – Técnicas Ancestrais, Soluções Atuais, que Odete Rocha, mostra a arte tradicional algarvia da empreita de palma. Um ofício que aprendeu desde a infância na povoação onde nasceu (Benafim Grande) e que continua a manter vivo. Uma técnica artesanal que, refere, «representa a história de um povo, o algarvio».

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Fotos | Ana Clara

 

«A palma é natural é apanhada no campo bravio, e para chegar à empreita ela tem de passar por vários processos», começa por explicar Odete, ao mesmo tempo que manuseia a folha de palma e lhe confere vida.

 

«Com ela (palma) pode fazer-se de tudo, desde objetos utilitários (sacos para as compras, tapetes) ou peças decorativas», afirma.

 

A artesã, de 60 anos, conhecida na região e que capta cada vez mais a atenção dos turistas, recorda que a empreita faz-se «a partir das folhas da palmeira-anã (a única nativa no continente europeu)».

 

Apanhadas no campo, são secas e depois separadas. «As melhores para um lado. Depois são tingidas antes de começarem a ser trabalhadas», conta Odete que realça que «é das mãos que sai depois a obra-prima. A que quisermos, basta termos ideias».

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Natural da localidade de Benafim Grande (concelho de Loulé), foi aqui que «desde miúda» aprendeu a arte desta técnica artesanal algarvia. «Na minha terra muita gente fazia a empreita de palma e eu, sempre que saía da escola ia para casa de uma vizinha e foi assim que aprendi», recorda a artesã.

 

Da palma faz-se «quase tudo». Basta «haver ideias e criatividade», realça, lembrando que «é disso que a arte necessita».

 

«Os mais novos não se interessam e se não formos nós, os mais velhos, a manter a chama, esta é uma arte que pode ter os dias contados», refere, adiantando que «é preciso gostar muito disto» já que a técnica requer «muita paciência». «Uma peça pode levar horas a fazer», assume.

 

A arte da empreita de palma, típica do Algarve há décadas, servia em meados do século XX para transportar produtos (como os figos, as amêndoas e as alfarrobas). Só mais tarde, quando vários artesãos lhe deram «vida artística» é que «passou a ser usada em objetos quotidianos, como na pesca e depois com finalidade decorativa».

 

Além de trabalhar no projeto TASA, em Loulé, Odete vende as suas peças em exposições, lojas e feiras, sendo que dá igualmente formação a todos os que queiram aprender a arte, bem como em várias escolas do concelho.

 

Para a artesã «é essencial promover e dar a conhecer» esta técnica artesanal não só aos algarvios e turistas mas também «a todos os portugueses». Tudo, considera, «porque é uma arte que nasce da terra e que representa a história de um povo, o algarvio».

Porto: projeto dá conhecer as ruas da cidade sem sair de casa

Chama-se «Ruas do Porto» e disponibiliza aos cibernautas o potencial turístico da Invicta. Com o lema «Compre nas ruas do Porto sem sair de casa» Ricardo Salgado, mentor da iniciativa, quer ajudar os lojistas tradicionais a promover os seus produtos e, a médio-longo prazo, dar visibilidade mundial ao comércio da cidade.

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Fotos | Ruas do Porto

 

A Rua do Almada, a Rua do Rosário, a Rua 31 de Janeiro ou a Rua do Bolhão. Estas são apenas algumas das artérias disponíveis no site «Ruas do Porto» e que podem ser descobertas à distância de um clique.


Como portuense de gema, Ricardo Salgado, que é também escritor, realizador e web designer freelancer, conhece «bem o comércio tradicional» da cidade bem como «a grande variedade e qualidade de produtos que vendem», começa por dizer.

 

A ideia de lançar o site «Ruas do Porto» prendeu-se com o facto de «muitas lojas continuarem sem presença online, muitas delas devido fatores económicos».

 

«Tornou-se óbvio que existia uma necessidade de mostrar os seus artigos únicos ao mundo sem qualquer custo para os lojistas», acrescenta o responsável.

 

Assim surgiu o «Ruas do Porto», uma plataforma que está a desenvolver com ajuda de dois amigos, Arnaldo Grenha e Natália Pinto, através da Criartz, uma agência criativa de Web Design, Produção de Vídeos e Marketing Digital

 

A escolha dos estabelecimentos mais tradicionais deve-se sobretudo ao facto de a «oferta destas lojas do Porto ser muito boa».

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«São artigos únicos e bonitos, hoje em dia muito procurados, mas que até agora apenas poderiam ser adquiridos por habitantes da cidade ou visitantes pontuais, num número diminuto devido ao momento económico que se vive em todo o lado. Estas lojas e estes produtos têm mais potencial do que isso, e o “Ruas do Porto” dá-lhes a visibilidade que precisam para o mostrar e, acima de tudo, possibilita o contacto mais directo possível com o cliente», informa.

 

Ricardo Salgado diz que qualquer loja da cidade pode aderir ao «Ruas do Porto», sendo que «procuramos ativamente produtos originais e de qualidade, preferencialmente alusivos à cidade».

 

Entre os produtos disponíveis encontram-se acessórios, decoração, vestuário, bijutaria e produtos gourmet.