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Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Trás-os-Montes: Paulo o homem que eterniza rostos

É por terras do Douro Superior, do planalto mirandês, de Barroso e do Marão, que Paulo Patoleia regista rostos em fotografia. São os «velhos transmontanos», como lhes chama, os únicos que vão dando vida a aldeias e vilas. A ideia de fotografar estas populações surgiu há sete anos. Convidamos o leitor a partir à descoberta do blogue «Rostos Transmontanos».

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 Fotos: Rostos Transmontanos

 

Na Feira Anual de Pinhel, Paulo Patoleia encontrou a Tia Maria dos Passos. «Mulher raiana, acompanhada pelo marido, “contrabandista de pequenos nadas”. Calças de pana espanhola e meias de algodão azul para cá….café e pessoas de salto alto para lá, histórias por contar com cumplicidades e traições, de muitos intervenientes ainda vivos. Um rosto que deixa adivinhar uma vida dura», descreve Paulo no seu blogue «Rostos Transmontanos».

 

A ela juntam-se António Guedes «Frango», natural de Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa, ou o Tio Loureiro, de Torre de Moncorvo, e Alcina de Jesus Lameira, na aldeia de Mós, em Carviçais. São apenas alguns dos rostos e das histórias que a objetiva de Paulo Patoleia captou nos últimos anos.

 

A ideia surgiu pelo convívio diário que o bloguer tem com as populações e com a proximidade com o povo transmontano do qual Paulo Patoleia também faz parte. Para mais a atividade de feirante leva-o a percorrer o circuito dos mercados da região.

 

O projeto do blogue «Rostos Transmontanos» desenvolveu-se sobretudo a partir de 2005, quando Paulo percebeu que havia uma geração de velhos «que carregavam ainda a sua indumentária ancestral, com os chapéus de feltro com aba e os eternos lenços pretos, deixando adivinhar sucessivas perdas».

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Essencialmente, conta, «começavam a escassear nas feiras tolhidos pela doença ou morte ou o ingresso nos lares de idosos, resultando esta nova maneira de tratar os idosos/isolamento, numa inevitável quebra da passagem de testemunho e valores elementar aos filhos netos e bisnetos».

 

Aliado a isto, também «o telurismo marcado nestes rostos enrugados, ainda saudáveis e prenhes de sabedoria, foram mais um motivo extra para os imortalizar através da fotografia».

 

Desertificação

 

Do contacto que mantém com as gentes transmontanas, Paulo Patoleia afirma que a região está cada vez mais desertificada, sobretudo «pela falta de emprego epela carência de jovens, que após a sua formação, acabam invariavelmente por procurarem o litoral e, mais recentemente, o estrangeiro, fazendo lembrar os idos anos de 1960/1970 da imigração a “salto”para os menos formados».

 

Contudo, frisa,«também os de melhor aproveitamento nas universidades, rumam ao estrangeiro, com os seus conhecimentos, ficando as aldeias apenas com os “velhos”, homens de bom coração e de boa conversa e as crianças. E são estes velhos, que com debilitada saúdeainda cultivam as hortas numa agricultura de sustento», constata.

 

Para o fotógrafo, a região tem potencial turístico nas suas «variadas paisagens», que vão do Douro Superior ao planalto mirandês passando pelo Barroso e Marão. Contudo, recorda que «apenas as empresas do Douro navegável apostaram forte na compra de barcos e serviços, acabando por não contribuir em nada para a região, ou seja as viagens são vendidas em pack tudo incluído e mais ninguém ganha com isso, pois estão sediadas fora da região».

 

Outra mais-valiada região, refere, é a gastronomia «rica no fumeiro e carnes, frutas, queijos, azeite e vinho de excelência mas com graves problemas de escoamento, caindo invariavelmente nas mãos das grandes superfícies e seus preços tabelados».

 

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Noutras áreas, como asaúde, por exemplo, a situação «tem vindo a degradar-se» assim como no ensino, «assistindo-se ao encerramento dos centros de saúde e escolas, obrigando a população a um esforço financeiro maior e a trajetos de quilómetros suplementares».

 

Paulo Patoleia considera que o trabalho que tem feito através da fotografia irá contribuir para dar «a conhecer às gerações vindouras a identidade desta geração que agora definha, mostrando as suas fragilidades mas também as suas tradições e indumentária, deixando como que uma janela entreaberta para a realidade deste povo entregue a si próprio, quiçá algo abandonado».

 

Considera que «pouco se tem feito para preservar as tradições, o património e a história da região, excetuando o planalto mirandês, onde se tem promovido a música tradicional, tendo como referência os músicos de sucesso internacional «Galandum Galandaina», a língua mirandesa, originária do velho lionês, as festas dos rapazes e as suas máscaras assim como o cabrito e o borrego “churra” e a carne de raça mirandesa e no barroso a barrosã».

 

E enumera mais marcos identitários da região que não podem ser esquecidos, fazendo referência ao «São Martinho de Maçores, que mantém a tradição do caldeiro de vinho transportado aos ombros de dois rapazes por onde se bebe o vinho e que acompanha as castanhas assadas na palha». Paulo lamenta, também,o encerramento das linhas do Tua e Sabor, assim como a do Douro que ligava Pocinho a Barca D’Alva.

 

«Entendo que as expectativas do povo transmontano são de desilusão e abandono, acreditando em ténues tábuas de salvação, tais como as barragens e o nebuloso arranque das minas de hematite da serra do Roboredo, em Moncorvo», diz, em tom de tristeza.

 

Paulo Patoleia acredita, assim, que este trabalho já valeu a pena «pela projeção alcançada».

Aquário Vasco da Gama: a montra centenária do mar português

A 8 de junho comemora-se o Dia Mundial dos Oceanos. A propósito da data mergulhamos, há um ano, no histórico Aquário Vasco da Gama, no Dafundo, local que há mais de um século faz parte do imaginário de sucessivas gerações. Aqui reside o escaparate dos patrimónios histórico e científico da coleção oceanográfica do Rei D. Carlos, o principal impulsionador do projeto. O Aquário, com 350 espécies animais e vegetais, em água salgada e doce, conta ainda com uma significativa mostra da fauna e marinha portuguesas.

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«Ao começar as minhas campanhas oceanopgaphicas, dediquei-me desde logo quasi ao estudo dos peixes que obtive, e fui levado principalmente a esta especialisação de estudo, por ver a grande importância das pescarias na nossa costa, e acreditar, que, talvez, por um estudo methodico da distribuição e das epochas da passagem das diferentes espécies nas nossas aguas, melhores resultados ainda pudessem ser obtidos».

Rei D. Carlos

 

Na Rua Direita, no Dafundo, concelho de Oeiras, mesmo ao lado da marginal que liga a cidade de Lisboa a Cascais, ergue-se um edifício «que está no imaginário de todos nós», como aponta Paula Leandro, bióloga e responsável pelo departamento de divulgação cultural do Aquário Vasco da Gama.

 

O edifício, em tons de amarelo, dá uma dupla saudação de boas-vindas ao visitante, seja com o cumprimento da estátua de Vasco da Gama, ou com a animação das várias carpas que moram no lago do jardim, na entrada principal, assim que pressentem presença humana por perto.

 

O projeto deste aquário, impulsionado por D. Carlos (1889 - 1908), que herdou o cognome de O Diplomata (e o rei que gostava do mar), viu a luz do dia a 20 de maio de 1898, numa cerimónia de grande impacto público, e na presença da família real e diversas individualidades da época.

 

Foi um dos primeiros aquários públicos do mundo a abrir as portas, conta Paula Leandro, tendo a sua construção sido ordenada pela Comissão Executiva da celebração dos 400 anos da partida de Vasco da Gama para a viagem do descobrimento do caminho marítimo para a Índia.

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Depois dessa data, e até ao final do século XIX, «passou por vários altos e baixos» sendo que em 1901 o Aquário foi entregue à Marinha de Guerra portuguesa, mantendo-se até hoje na esfera desta tutela como organismo cultural e centro de divulgação da vida aquática.

 

Desde a abertura, o espaço exibia apenas espécies vivas, sendo alargado a partir de 1935 com o espaço do Museu e integrando deste então a coleção oceanográfica do monarca, e que também se notabilizou como naturalista.

 

Um século XX de transformações:

 

Durante a primeira metade do século XX, o Aquário viveu várias transformações. Em 1919 passou a integrar uma estação de biologia marítima, com o objetivo de divulgação e de investigação. Em 1940, com a construção da estrada marginal Lisboa-Cascais, o «edifício seria amputado em cerca de um terço da sua área, tendo desaparecido a estação de biologia (que passaria mais tarde para o Cais do Sodré e viria depois a dar lugar ao atual Instituto Português de Investigação do Mar) laboratórios, biblioteca, arrecadações e tanques de cultura», recorda Paula Leandro.

 

Desde a década de 50 até à atualidade, «mantém a missão de educação pedagógica e ambiental», persistindo na missão de sensibilizar os visitantes para conservação e proteção da Natureza», acrescenta a bióloga.

 

No Museu com cinco salas, e cuja visita se inicia no rés-do-chão do edifício,está patente o material recolhido por D. Carlos ao longo de 12 anos de campanha (1896-1907), que inclui animais conservados em meio líquido e naturalizados, e que tem servido de apoio à realização de diversos estudos científicos, nomeadamente sobre peixes e crustáceos.


A coleção oceanográfica do rei, que explorou cientificamente o nosso mar, inclui ainda instrumentos utilizados durante as campanhas a bordo do iate real “D. Amélia”, bem como documentação e bibliografia referentes à atividade científica desenvolvida pelo monarca, «representando uma mostra muito significativa da fauna e marinha portuguesas».

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Carlos, salienta Paula Leandro, dedicou-se inicialmente ao estudo dos peixes, «muito influenciado pela importância económica da indústria piscatória em Portugal», lembra Paula Leandro.

 

Porém, o soberano não se ficaria por aqui. Dedicou-se também ao estudo das correntes ou da topografia dos fundos marítimos, tendo inclusivamente chegado a reconhecer a existência de profundos vales submarinos próximo da costa, na região do Cabo Espichel.

 

No piso superior, encontra-se o salão nobre, construído entre 1913 e 1917 e atualmente designado por sala dos peixes. Daqui segue-se para a sala dos tubarões e para uma outra que exibe mais de 600 espécies de exemplares da fauna malacológica (moluscos) das costas portuguesas.

 

«O que existe no Museu são basicamente os animais que estão conservados em meio líquido, naturalizados e também réplicas em fibra de vidro. Temos uma mostra bastante diversificada daquilo que existe no nosso mar», refere Paula Leandro.

 

Aquário:

 

Quando passamos à zona do Aquário, encontramos 90 aquários e tanques, onde habitam 350 espécies marinhas vivas (animais e vegetais) e pertencentes aos mais variados grupos zoológicos e botânicos, provenientes de ecossistemas de água doce e salgada da costa portuguesa. Além disso há ainda espécies tropicais, de todas as zonas do planeta.

 

Destaque ainda para uma das salas que atrai a atenção dos visitantes, sobretudo dos mais pequenos, e onde se encontram duas otárias (mamíferos marinhos) da África do Sul.

 

Atualmente trabalham no Aquário meia centena de pessoas, entre oficiais e civis da Marinha portuguesa. De acordo com Paula Leandro, 35% das visitas são escolares, sendo que, em média, por ano, visitam o espaço entre 55 a 60 mil pessoas. «Números que se mantêm estabilizados desde o ano 2000», informa.

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Apesar de não dispor de valores quanto ao custo de manutenção do Aquário, a responsável sublinha que esta «é uma questão muito importante para manter o espaço em excelentes condições».

 

«A qualidade da água do circuito tem vindo a melhorar muito. E a preocupação é manter os padrões da água em bons níveis. Existe uma rotina de análises que é feita em determinados pontos. Os filtros e sistemas todos estão preparados para funcionar bem. E são múltiplos os fatores que é preciso manter, desde a alimentação dos animais, à iluminação terminando no tipo de habitat, que é totalmente reconstruído. Tem de ser tudo conjugado globalmente», explica.

 

Há ainda uma galeria destinada a divulgar temas no âmbito da Ecologia Aquática e uma nova exposição sobre a Cadeia Alimentar.

 

Nos últimos anos, o Aquário Vasco da Gama promove alguns projetos pedagógicos, entres eles, o de seis quiosques multimédia, com a chancela da Unidade Ciência Viva do Ministério da Ciência e Tecnologia, e que permitem aos visitantes a consulta de informação no âmbito da Biologia Aquática.

 

O espaço promove ainda um programa de voluntariado e um programa de festas de aniversário, que proporciona um dia diferente, e que inclui uma visita ao Aquário, dar comida às coloridas carpas no tanque do jardim ou assistir à alimentação das otárias.

Belmonte: a história do Portugal judaico contada num Museu

No Museu Judaico de Belmonte, o primeiro do género em Portugal, o visitante tem a oportunidade de conhecer, através dos objetos,uma parte da história da comunidade judaica na região bem como a resistência a séculos às perseguições religiosas. Mais de cem peças integram o acervo deste espaço, inaugurado em Abril de 2005, e onde funciona também um Centro de Estudos Judaicos.

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Chegar ao Museu Judaico de Belmonte não é, depois de chegados à localidade beirã, tarefa difícil. A referência que nos é dada é a Praça Velha da vila e onde se encontra o famoso Pelourinho. Daí, seguimos pela Rua Heróis da Independência e desembocamos no n.º 4 da Rua da Portela, uma pequena artéria onde predominam as casas de pedra granítica, típicas desta vila da Beira Interior.

 

Ao entrarmos no edifício do Museu Judaico de Belmonte, um grupo de crianças de uma escola do Fundão acaba também de chegar em visita a este núcleo museológico. «Queremos que este seja também um espaço didáctico e que os mais pequenos contactem com a história dos judeus no nosso país», refere o presidente da Câmara de Belmonte, Amândio Melo.

 

Aqui se conta «a história de um povo que foi decisivo para o desenvolvimento do comércio e da indústria têxtil de lanifícios na Serra da Estrela e que deixou nos centros históricos as antigas judiarias, um elemento que revela bem a importância destas antigas comunidades», diz o edil.

 

O Museu Judaico de Belmonte conduz o visitante à história da comunidade judaica, que se fixou na região, sobretudo no século XV, quando aqui se refugiaram muitas famílias fugidas às perseguições por parte da Inquisição.

 

«Moravam em casas fora das muralhas do castelo, no chamado Bairro de Marrocos, onde ainda hoje podemos ver os símbolos das profissões dos membros da comunidade», explica uma responsável do Museu às crianças da escola do Fundão neste dia. Um desses símbolos é a tesoura que identifica o alfaiate, gravada nas ombreiras das portas das casas habitadas pelos judeus.

 

O espaço, inaugurado em Abril de 2005, divide-se em três áreas, com mais de cem peças religiosas,entre trajes que retratam o dia-a-dia dos judeus, e inúmeros utensílios de uso profissional utilizados por famílias hebraicas, especialmente da Beira Interior e Trás-os-Montes, e que mostram bem os usos e costumes da comunidade.

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 A originalidade dos símbolos judaicos, destaca Amândio Melo, «está igualmente bem patente no espaço».

 

Entre os símbolos mais relevantes da comunidade, estão em exposição o Torah, confirma bem…) , o livro sagrado, o Menorah, candelabro em ouro de sete braços, o cálice do Kiddush, a Estrela de David e oKipa (o chapéu, símbolo de humildade perante Deus) entre outros objetos e representações tidos como os principais símbolos identitários do Judaísmo e vivências judaicas.

 

«Os objetos expostos pertenceram a cristãos novos e seus descendentes e por eles foram utilizados nos atos religiosos, na vida quotidiana e nas atividades profissionais», refere o autarca.

Homenagem a Samuel Schwarz:

 

Também não são esquecidas as principais celebrações do calendário litúrgico, como o Shabat (dia sagrado, de descanso semanal, que começa sempre à sexta-feira ao pôr-do-sol e termina no sábado ao pôr-do-sol), a Pessach (a Páscoa judaica) e a Hannukkah (a Festa da Luz).

 

ASinagoga de Belmonte é outra das realidades retratada no Museu. Para os judeus a Sinagoga é o mais importante local de assembleia e reunião dos membros da comunidade judaica. Neste Museu é possível tomar conhecimento com alguns testemunhos de sinagogas em território português desde a Idade Média, encontrando-se a de Belmonte documentada por uma epígrafe datada de 1297.

 

O Museu de Belmonte presta ainda homenagem a Samuel Schwarz, o homem que está na origem da descoberta dos cristãos novos da vila e que investigou a comunidade local e a divulgou. «Graças à sua enorme sabedoria ele revelou os ritos e costumes destes cristãos novos, em numerosos livros», conta Amândio Melo, lembrando o mais emblemático de todos,“Os cristãos novos em Portugal no Século XX”, publicado por Schwarz em 1925.


No Museu Judaico de Belmonte funciona ainda um Centro de Estudos Judaicos, que tem como objectivo o estudo e investigação do judaísmo em Portugal.

 

Em Março de 2012, o Museu Judaico de Belmonte apresentou ao público alguns «tesouros judaicos escondidos»através de uma exposição - que esteve patente até Maio de 2012 - de alguns objectosencontrados na vila. Entre essas novas peças, encontram-se gravuras, livros e peças metálicas. Para o autarca local, a «aquisição de novos símbolos judaicos tem vindo a crescer ao longo dos tempos» e «Belmonte começa a ter uma visibilidade importante», sendo «uma mais-valia para o investimento da musealização temática da história de Belmonte».

 

Hoje vivem em Belmonte entre 130 a 140 judeus, descendentes de famílias judaicas que por ali aquificaram depois de terem sido expulsos de Portugal e Espanha em finais do século XV. E muitas gerações destas famílias conseguiram, durante algumas centenas de anos, manter as suas práticas religiosas em segredo.

 

«É isso que este museu também nos revela», conclui o presidente da Câmara de Belmonte, Amândio Melo.

Mirtilo é estrela em Lisboa

Chama-se "Mercado CAP" e é já a quinta edição que a CAP - Confederação dos Agricultores de Portugal organiza na praça da Figueira, em Lisboa. A iniciativa deste mês decorre até dia 13 de junho, na Praça da Figueira, em Lisboa.

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 Com mais dois dias de Mercado, entre 9 e 13 de junho, os visitantes vão dispor de mais tempo para apreciar e comprar «o melhor que a terra nos dá», num mês em que o tema central do mercado será o mirtilo.

 

Para além do mirtilo, que será a grande “estrela”, o Mercado CAP também vai contar com diversos produtos tradicionais portugueses, a grande maioria dos setores agroalimentar e vinhos, que prometem colorir e encher a Praça da Figueira de aromas e sabores de fazer crescer água na boca a todos os visitantes.

 

Este é o quinto Mercado organizado pela CAP na Praça da Figueira, um dos principais pontos turísticos e de maior tráfego da Baixa de Lisboa, mas também o espaço que melhor representa o conceito de um Mercado, por em tempos, em 1855, ter albergado o principal mercado coberto da cidade, demolido na década de 50.