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Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Portugal à Lupa

Há 13 anos a calcorrear o País como jornalista, percebi há muito que não valorizamos, como devíamos, o que é nosso. Este é um espaço que valoriza Portugal e o melhor que somos enquanto Povo.

Reavivada memória dos marinheiros de Ílhavo

Recordar a cultura marítima de ílhavo através dos seus homens do mar, reinterpretando visualmente a memória de histórias vividas nesta epopeia milenar conhecida como a Faina Maior.
 

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Este é o grande objetivo do projeto “Ílhavo – memórias e Identidade, recordar uma cultura” produzido pelos estudantes do segundo ano da Licenciatura em Design da Universidade de Aveiro (UA) e cuja exposição foi inaugurada dia 15 de dezembro, no Departamento de Comunicação e Arte (DeCA). 
 

Os trabalhos resultaram do encontro dos estudantes com os ex-marinheiros da pesca do bacalhau – António Estevão, Carlos Santos, Horácio Velha, Horácio Bagão, José Ferreira, José da Madalena, Severino Tomás e Valdemar Aveiro – que permitiram aos jovens “conhecer homens notáveis que viveram, em carne e osso, uma epopeia milenar, capítulo maior da nossa história marítima”. 

 

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Aprovada a candidatura “Local Dark Sky no Parque Nacional da Peneda-Gerês”

A ARDAL viu aprovada, no âmbito do programa Norte 2020, na tipologia de intervenção Património Natural e Cultural, a candidatura “Local Dark Sky no Território do Parque Nacional da Peneda-Gerês”, que visa o desenvolvimento e promoção do potencial turístico do Parque Nacional da Peneda Gerês.

 

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Esta operação, que será levada a efeito em parceria com o Município de Arcos de Valdevez, tem fundamentalmente dois objetivos: obter a certificação internacional da Internacional Dark Sky Association (IDA) para um Local Dark Sky (LDS) no território do PNPG e implementar um LDS no território do PNPG com a demarcação de uma zona “core” de observação de astros e um centro de receção, interpretação e observatório LDS na Porta do Mezio, equipado com painéis informativos, material promocional e instrumentos de observação astronómica.

 

Um Local Dark Sky é um território de tamanho considerável, que possui uma qualidade excecional de noites estreladas e um ambiente noturno que é protegido pelo seu interesse científico, natural, educacional e cultural.

 

Para atingir estes dois objetivos principais irá ser auditado o território do PNPG para os requisitos definidos pela entidade certificadora, identificar os locais de elevado potencial para a zona principal no PNPG, submeter a certificação, bem como criar e produzir conteúdos para explicar no espaço de receção.

 

Com este projeto, cujo valor de orçamento ascende a 145.915,97 €, pretende-se diversificar a oferta na Porta do Mezio, criando novos públicos, com o objetivo de aumentar do número de visitantes, quer nesse equipamento, quer em toda a região do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Palácio Nacional de Sintra com novo circuito de visita e loja

A Parques de Sintra tem em curso um conjunto de intervenções no Palácio Nacional de Sintra, para implementação de nova loja e novas instalações sanitárias, contemplando a alteração do próprio circuito na sua parte final, bem como a revisão do plano de acessibilidades para visitantes com mobilidade condicionada.

 

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As intervenções estão concentradas em torno do Pátio do Leão, um pátio medieval que data do século XV-XVI e que, com a alteração do circuito de visita, abre pela primeira vez à fruição do público. Por outro lado, esta alteração permitirá um acesso mais direto a outras zonas de elevado interesse, como o Jardim da Preta e as Hortas.

 

A obra, que teve a sua primeira fase no verão de 2016, diferenciou o percurso de entrada e de saída dos visitantes, que até então era o mesmo, gerando grandes dificuldades durante a época alta. O novo percurso de saída segue agora o eixo Sala dos Archeiros – Pátio Central – antiga Mantearia – Pátio do Leão – escadaria do Pátio do Leão – vestíbulo de acesso ao Terreiro e Jardim da Preta – Terreiro do Palácio.

 

Ainda neste primeiro momento das intervenções, procedeu-se à conservação e restauro das zonas de passagem entre o Pátio Central e o Pátio do Leão, assim como a escadaria exterior entre o Pátio do Leão e o Jardim da Preta.

 

Foram igualmente revistas as instalações elétricas existentes, de forma a viabilizar a passagem do público pelas áreas do novo percurso. Foram ainda adquiridos equipamentos que permitirão a circulação de público com mobilidade condicionada pelo novo percurso de saída do Palácio, promovendo a inclusão e viabilizando o acesso deste público a um conjunto mais alargado de espaços do circuito museológico.

 

Numa segunda fase, correspondente à obra que teve início a 5 de dezembro (com conclusão prevista para o primeiro trimestre de 2017), irão ser criadas uma loja e instalações sanitárias na antiga Mantearia (onde, até ao início do século XX, eram guardadas as louças da mesareal).

 

Esta nova loja, instalada num conjunto de salas atualmente desocupadas, que serão integralmente restauradas, virá complementar a loja já existente junto à bilheteira. Esta fase envolve ainda a conservação e restauro, à vista do público, do Pátio do Leão e do sobrejacente Pátio da Diana – de acordo com o conceito promovido pela Parques de Sintra “Aberto para Obras”.

 

Com início previsto para o segundo semestre de 2017, a obra da terceira fase de implementação do projeto envolverá a recuperação da antiga residência devoluta junto ao Pátio do Leão. Ao nível do Jardim da Preta, surgirão instalações de apoio à cafetaria e eventos programados nos Jardins do Palácio.

Exposição sobre o Douro para ver em Peso da Régua

Organizada pelo Museu do Douro em parceria com a Liga dos Amigos Douro Património Mundial, no âmbito do 10º aniversário da classificação do Douro pela UNESCO, a exposição "O Douro" pode ser vista na galeria de exposições do auditório municipal de Peso da Régua.

 

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A mostra reúne 63 fotografias a preto e branco, da autoria do fotógrafo francês Georges Dussaud.

 

O trabalho de Georges Dussaud sobre o Douro emerge de um fascínio único pela paisagem e quotidiano do Homem Duriense.

 

Iniciado em abril de 1985, este trabalho fotográfico capta não só o Douro das «paisagens vertiginosas» mas os rostos de quem a trabalha, de quem deixou a sua marca nas palavras ou no vinho, como é o caso de Miguel Torga ou José António Rosas.

 

Em suma, esta mostra, constitui um importante documento das paisagens e gentes do Douro, cujas últimas décadas transformaram profundamente.

«The Via Algarviana» apresentado em Loulé

Harri Garrod Roberts, jovem autor de vários livros sobre percursos pedestres na Grã-Bretanha, publicou recentemente um novo livro em que relata a sua travessia da Via Algarviana.

 

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Pode descarregar aqui e aqui.

 

Aproveitando a estadia de Harri e da sua companheira Tracy Burton no Algarve, a Associação Almargem vai organizar uma apresentação do livro com a presença do autor, possibilitando uma troca de sensações e experiências em torno da mais grandiosa rota pedestre algarvia.

 

Este evento terá lugar no Ateneu Comercial e Industrial de Loulé (Av. José da Costa Mealha, 2) no próximo dia 20 de dezembro, pelas 18h30.

Lisboa: viagem ao artesanato português na Casa Bordados da Madeira

Bordados à mão da ilha da Madeira, de Viana do Castelo, Açores ou da Lixa. Cerâmica pintada à mão de Coimbra, Alcobaça e Alentejo. Trajes regionais e acessórios de folclore. Estas são apenas algumas das inúmeras peças em mostra e venda na Casa Bordados da Madeira, em plena Baixa de Lisboa há mais de 50 anos. «Tudo produto nacional e genuíno».

 

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Na rua, o bulício comum da Baixa lisboeta. Turistas sobem e descem a Praça dos Restauradores, com o vagar que o passeio impõe. Já os portugueses, uns mais atarefados que outros, correm apressados, avenida acima e abaixo.

 

Dirigimo-nos à Casa Bordados da Madeira, conhecida como ponto de paragem para quem procura artesanato com cunho tradicional na cidade de Lisboa. A loja, localizada no edifício do hotel Avenida Palace, entre a estação de comboios do Rossio e os Restauradores, é facilmente identificada ao longe. Os toldos, pintados com as cores da bandeira portuguesa, indicam que aqui o produto é tradicional.

 

Nas montras, bordados, peças em cerâmica pintada à mão de Coimbra, Alcobaça e Alentejo, exemplares de trajes e fatos regionais. À entrada, os manequins vestem a rigor, exibindo trajes regionais da Madeira e de Viana. Já dentro de portas, no espaço amplo da casa, mais trajes e bordados de norte a sul do país.

 

Fátima Antunes, há 30 anos funcionária da Casa Bordados da Madeira, recebe-nos e acompanha a nossa reportagem na visita ao mundo deste estabelecimento comercial, que terá aberto as portas entre as décadas de 1960/70.

 

«Não sabemos muito bem a data mas será por essa altura», afirma Fátima, que começa por mostrar a vasta banca de bordados disponíveis na loja.

 

«Os bordados de Viana (do Castelo) são dos produtos mais procurados», adianta a funcionária, que, garante, «são genuinamente tradicionais, certificados, trabalhados pelas bordadeiras locais e encomendados consoante os pedidos».

 

De acordo com a responsável, os bordados de Viana «são bastante procurados» nomeadamente por turistas «que conhecem a loja há muitos anos e sempre que regressam a Lisboa, voltam cá».

 

Lenços de namorados, xailes regionais, toalhas de mesa em linho de Ponte de Lima, lenço regional de Viana com franja em lã, mas também os bordados da Madeira, dos Açores ou da Lixa (região do Vale do Sousa) estão expostos ao longo das longas bancadas da loja, bem como trajes regionais da Madeira e de Viana para todos os tamanhos.

 

«Não há muito quem faça trajes hoje em dia, sobretudo em Lisboa, sendo que os de Viana e da Madeira são os mais conhecidos e são os que os nossos emigrantes mais compram», sublinha Fátima, realçando que todas as «peças estão identificadas como produto tradicional português».

 

Numa extensa vitrina os visitantes podem ainda adquirir vários artigos em filigrana, mas também peças decorativas com azulejos, faianças da Bordallo Pinheiro e peças em cerâmica.

 

Fátima Antunes garante que o sucesso da Casa Bordados da Madeira «deve-se essencialmente à qualidade e ao facto de todos os produtos serem tradicionais e genuinamente portugueses».

 

Ao contrário de muitas outras lojas, «de portas abertas na cidade e que se dizem de artesanato, mas aquilo é tudo menos português».

 

«Isso prejudica a qualidade de quem projeta e promove os produtos nacionais porque para se ter sucesso é preciso muito esforço, é certo, mas sem verdade e qualidade, não há garantia para ninguém que esteja neste negócio», alerta a funcionária.

 

A Casa Bordados da Madeira, fundada por um madeirense que veio para a capital nos anos 50 do século XX, «sempre foi muito direcionada para o turista», sobretudo o europeu e americano, afirma Fátima Antunes, acrescentando que «ainda hoje essa estratégia se mantém».

 

Contudo, salienta, «nos últimos anos os portugueses já começaram a dar valor ao que é seu e também entram e compram».

Casa dos Patudos: uma referência do património nacional resgatada

Legado do político republicano José Relvas, a Casa dos Patudos, em Alpiarça, foi resgatada, graças aos fundos comunitários, do declínio em que havia entrado na década de 1990, sendo hoje referência do património nacional.

 

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Com o primeiro projeto de reabilitação apresentado em 1998, no mandato do socialista Joaquim Rosa do Céu, a casa que José Relvas (o homem que proclamou a República da varanda da Câmara Municipal de Lisboa em 05 de outubro de 1910) mandou construir no início do século XX, com desenho do arquiteto Raúl Lino, viu travada a degradação que estava a ser provocada pelas infiltrações de água a partir da cobertura.

 

Começou aí um lento processo de reabilitação concluído em 2013 e que deu à Casa dos Patudos não só a reabilitação do edifício, mas, também, um novo percurso expositivo com a abertura de espaços até aí fechados ao público e o restauro de muitas obras, mostrando a coleção de arte reunida por José Relvas ao longo da sua vida.

 

«Abriram-se novos circuitos museológicos, proporcionando uma nova visão pelo espaço privado da casa e valorizando a coleção de arte com mais de 8.000 peças», diz à Lusa o conservador do museu, Nuno Prates, que realça as distinções que têm sido atribuídas a um património que se tornou 'ex-libris' do concelho.

 

Referindo o «aumento significativo» do número de visitas desde 2012, Nuno Prates frisa a «importância enorme para o concelho» de um espaço que se tornou «uma referência na museologia nacional e internacional».

 

Mário Pereira, presidente da Câmara Municipal de Alpiarça em cujos mandatos (iniciados em 2009) se concretizou o projeto começado pelos seus antecessores, só lamenta que o município (entidade que recebeu o legado de José Relvas) não tenha os meios para a promoção e divulgação que o património que herdou merece.

 

Para o autarca, a divulgação nacional e internacional da Casa dos Patudos tem de ser articulada com outras ofertas da região e do próprio concelho, como a Reserva Natural do Cavalo do Sorraia, a barragem artificial criada na década de 1980, as estações arqueológicas, a aldeia avieira do Patacão e a praia fluvial (projetos antigos por concretizar por falta de meios), aliados ao vinho e à gastronomia, fazendo com que os visitantes «fiquem mais tempo em Alpiarça».